14 de agosto de 2010

Prólogo

Mysty nascera no auge da luta feminista e freqüentara escolas e faculdades que enalteciam essa postura independente treinando-a para ser uma mulher bem sucedida. Em seu lar tivera a educação oposta onde a figura paterna, extremamente conservadora e controladora, aliava-se a figura materna, caracterizada pela submissão e rebeldia. Essas duas educações diametralmente opostas formaram a principio uma jovem de mente perspicaz, crítica e revolucionária que lutava por sua independência a nível intelectual, econômico e social e foi nesse exato ponto de seu desenvolvimento que as mudanças em sua vida começaram a acontecer...
As mudanças em sua vida começaram logo após o falecimento de seu pai, quando ainda contava com 20 anos de idade. Nessa época a família passou por dificuldades econômicas o que fez com que ela buscasse um trabalho e tivesse que largar sua faculdade. Mesmo sem um diploma de nível superior ela conseguira galgar os degraus profissionais desde a posição de simples recepcionista até a posição invejada de analista; conseguira reestruturar as finanças da família que controlava com mãos firmes evitando dívidas desnecessárias e mantendo tudo sob controle. Nessa época ainda levava uma vida quase normal: trabalho, namoros, alguns cursos e até conseguira viver sozinha em um pequeno apartamento por um tempo, mas a vida gostava de brincar com ela levando-a a limites que poucos tiveram que enfrentar...
Sua mãe, que nunca tivera uma saúde muito boa, após a morte de seu pai, abrira mão das responsabilidades de sua vida, quinhão que passara a fazer parte das responsabilidades de Mysty, e após alguns anos sofrera mais um revés em sua saúde. Nessa época Mysty precisara parar de trabalhar para cuidar de sua mãe e da casa e graças às finanças bem controladas isso não afetou economicamente a família, afetou no entanto a vida de Mysty drasticamente... Mysty voltou a viver com sua mãe, já sem um trabalho regular, apenas algumas atividades sem horário fixo para não interferir nos cuidados maternos, e a rotina do lar já tão conhecidas dela...Nos primeiros anos a personalidade forte da jovem se revoltou contra os grilhões forçados que a prenderam a essa situação, sempre fora dona de seu próprio nariz e agora estava sujeita as ironias do destino, vivia agora numa gaiola de ouro com correntes invisíveis que a prendiam pelos pés e mãos, uma gaiola imaginaria mas extremamente real em suas limitações.
Nos momentos mais difíceis ela desenvolvera o habito de refletir sobre sua vida, seu comportamento e desejos, transformando aos poucos a personalidade rebelde e revolucionaria da adolescente em algo para ela especial...a escrava real...ela possuía os grilhões da vida, a gaiola de ouro e aos poucos foi libertando a submissa oculta em sua alma...

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